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Mostrando postagens de novembro, 2025

Elogio ao estranhamento social

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  A A      Elogio ao estranhamento social Poesia das cidades está, há séculos, no encontro entre os diferentes, suas chispas, seus estímulos. Seriam as redes, num mundo de tempo escasso, a armadilha que estimula o convívio sem atrito entre os iguais? Um gueto digital que amplia muros? Por  Lisa Bubert , no  Revista Noema  | Tradução:  Rôney Rodrigues Por fora, o bar não tinha nada de especial. Por dentro, fervilhava com a coleção mais peculiar de pessoas: uma mistura socioeconômica de universitários e yuppies, idosos e casais com os filhos já criados, motociclistas e caubóis, liberais e conservadores, locais e turistas. Era isso que eu mais amava no Crossroads — era o tipo de lugar que aceitava “todo tipo” de gente. Agora extinto, ele tinha todas as marcas de um grande “dive bar”  [ bar pequeno, informal e geralmente antigo, caracterizado por sua falta de glamour, bebidas baratas e um ambiente autêntico ]  do sul: luzes de néon verd...

O Brasil fabricava tanques superiores aos americanos. O que houve?

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  A A      O Brasil fabricava tanques superiores aos americanos. O que houve? A verdade brutal sobre como perdemos décadas de conhecimento tecnológico em nome da "modernização Você sabia que o Brasil já produziu um tanque de guerra tecnologicamente superior aos americanos? Nos anos 1970 e 1980, a economia brasileira atingiu seu auge em sofisticação produtiva. Éramos capazes de produzir cilindros de mergulho, prensas, carros, motos, motores, turbinas e até computadores embarcados em veículos militares. Tínhamos empresas como a Engesa exportando blindados para 18 países, a Gurgel produzindo carros nacionais, e a Embraer desenvolvendo aviões de ponta. Mas então veio a abertura comercial dos anos 1990, combinada com ancoragem cambial e juros estratosféricos—e praticamente todas essas empresas quebraram. Hoje, vou compartilhar a história dramática de três empresas brasileiras que tinham excelência tecnológica e desapareceram—e as lições cruciais que elas nos ensinam ...

EUA: A lucrativa indústria da xenofobia

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  A A      EUA: A lucrativa indústria da xenofobia A máquina antimigratória de prisões e deportações em massa assanha fundos financeiros e mobiliza intenso lobby para legalizar perversidades. Ações de corporações prisionais disparam. E a empresa de espionagem Palantir acumula poder e privilégios na Casa Branca Por  Carmen Navas Reyes  e  Yohaickel Nazer Seijas Elles , com tradução na  Revista Opera Tendo uma vez assegurado o controle total do Executivo e do Congresso, o governo Trump retomou e até ampliou as medidas restritivas e xenófobas que marcaram o primeiro mandato presidencial. Desde o seu primeiro dia de mandato, várias ordens executivas voltadas para a supressão da migração foram assinadas. Essas medidas buscam limitar quase todas as formas de entrada no país, ao mesmo tempo em que expandem exponencialmente a capacidade operacional e o orçamento das agências de controle migratório. A retórica oficial declarou  emergência naciona...

Fim da escala 6×1: O mito de que a economia quebraria

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  A A      Fim da escala 6×1: O mito de que a economia quebraria População terá mais acesso a tempo livre e estudo. Desigualdade de gênero será amenizada. Crescerá consumo de bens úteis a uma vida digna. Contra tudo isso, alega-se, sem bases reais, que não é possível sustentar a mudança. Quem é contra superar as jornadas primitivas? O debate sobre produtividade e redução da jornada de trabalho é historicamente interligado. A elevação da produtividade tem sido, desde a Revolução Industrial, uma das principais justificativas econômicas para a diminuição do tempo de trabalho, permitindo que se produza mais em menos horas. No entanto, esse processo não é automático e depende de disputas políticas, sindicais e de modelos de desenvolvimento. No capitalismo, a relação entre capital e trabalho é marcada pela exploração da força de trabalho, cuja expressão mais direta está na organização da jornada laboral. Como analisou Karl Marx no livro O Capital, o capital não reconh...